A crescente urbanização e a vida cada vez mais agitada destes ambientes têm potencializado novas formas de pensar na arquitetura. Considerando que passamos quase 90% do tempo em ambientes fechados, contar com espaços que remetem à natureza e ao bem-estar tornou-se crucial. E é aí que entram os chamados edifícios biofílicos.
Mais do que um conceito, esse modelo de construção e arquitetura se tornou tendência de consumo no setor e pode potencializar os negócios da sua construtora. Saiba mais sobre o assunto a seguir!
O que são edifícios biofílicos?
A biofilia é o conceito de conexão inata do ser humano com a natureza. Aplicada à arquitetura e à construção civil, essa abordagem busca integrar elementos naturais nos espaços construídos, promovendo uma experiência sensorial mais harmoniosa e benéfica para os ocupantes.
Os edifícios biofílicos vão além do paisagismo tradicional e incorporam materiais naturais, ventilação e iluminação eficientes, além de estratégias que estimulam o bem-estar físico e mental.
Novos empreendimentos com espaços que unem madeira, pedras, plantas e grandes janelas que valorizam a luz solar são exemplos de edifícios biofílicos. Em resumo, eles visam proporcionar mais bem-estar ao morador e trazer a natureza para mais perto.
Os benefícios dos edifícios biofílicos
Um estudo chamado “O Impacto Global do Design Biofílico no Ambiente de Trabalho”, feito com 16 países, mostra os benefícios que estes projetos que aliam natureza e moradia trazem para a população.
Entre os principais pontos destacados pelos participantes, que passam entre 40 e 50 horas em escritórios, estão:
– 33% diz que o design afetaria sua decisão de trabalhar em uma empresa – quanto mais conectado ao conceito biofílico, mais interessante um prédio se torna;
– Somente 42% dos entrevistados afirmam ter plantas vivas no escritório e alarmantes 47% não veem luz natural durante o expediente.
Além disso, o estudo apontou que a presença da natureza nos ambientes de moradia e trabalho trazem 15% de aumento na sensação de bem-estar, 6% na produtividade e 15% na criatividade. O dado é ainda mais impactante considerando o crescimento do modelo híbrido de trabalho.
Ao unir tecnologia e elementos naturais, portanto, os edifícios biofílicos geram impactos positivos em diversas áreas:
Saúde e bem-estar: conforme a pesquisa acima, a exposição a elementos naturais reduz o estresse, melhora o humor e até aumenta a produtividade. Ambientes com luz natural também proporcionam maior conforto e qualidade de vida.
Eficiência energética e sustentabilidade: o uso inteligente de recursos naturais reduz o consumo energético. Telhados verdes, fachadas vegetadas e sistemas de captação de água da chuva também contribuem para a eficiência hídrica e térmica, minimizando impactos ambientais e tornando os edifícios mais sustentáveis.
Valorização imobiliária e engajamento social: empreendimentos que adotam o conceito biofílico se tornam mais atrativos para investidores e moradores. Além do apelo estético e funcional, há um crescente interesse por edificações que promovem um estilo de vida mais saudável e conectado à natureza.
Ações para criar um edifício biofílico
A construção de edifícios biofílicos começa já no planejamento, algumas estratégias incluem:
- Uso de materiais naturais e sustentáveis: madeiras certificadas, pedras e revestimentos que remetem à natureza criam uma conexão sensorial com o ambiente.
- Áreas verdes integradas: jardins verticais, pátios internos, telhados verdes e espaços de convivência arborizados. Sacadas integradas e distribuídas de forma não uniforme, dando um aspecto de complemento ao prédio, também ganham destaque e ajudam a valorizar a luz natural e o crescimento da vegetação utilizada na composição dos espaços.
- Iluminação e ventilação naturais: considere a implementação de grandes aberturas, claraboias e sistemas que favorecem a circulação do ar e a entrada de luz natural.
- Tecnologias para eficiência energética: sensores de luz, ventilação automatizada e materiais com isolamento térmico contribuem para reduzir o consumo energético.
Um exemplo real: Kaiserstraße, da Alencar Arquitetura e Castelo Engenharia
Em Blumenau (SC), a Castelo Engenharia vem apostando no desenvolvimento de edifícios biofílicos e o principal projeto, assinado pela Alencar Arquitetura, é o Kaiserstraße.
O espaço deste empreendimento foi concebido de forma paramétrica, técnica arquitetônica que usa recursos computacionais para projetar geometrias complexas. Assim, cada andar tem uma dimensão e posicionamento distintos, dando ao morador uma visão única. O prédio se comprime à medida que avança verticalmente, com fachadas inteiras de vidro que valorizam a luz natural.
Outro diferencial é que essas fachadas ligam os apartamentos aos terraços – característica marcante da proposta – e também transportam o morador a uma experiência de morar em casa e contato direto com a natureza.
Apesar da arquitetura paramétrica, o Kaiserstraße segue uma malha que regra ritmo, criando uma harmonia visual a quem passa. Isso ocorre porque há a mesma altura e largura em todas as esquadrias. Painéis ripados compõem a ordem e reforçam a proposta de valorização da natureza.
Este é apenas um dos inúmeros empreendimentos brasileiros que já apostam na biofilia e tornam a vida dos moradores mais próxima da natureza e do bem-estar.
Para saber mais sobre esta e outras tendências que estão impactando a construção civil e que podem tornar seu negócio mais atrativo, continue acompanhando nossos conteúdos!