O contexto econômico global tem enfrentado e respondido a muitas adversidades. Pandemia, distanciamento social e a guerra entre a Ucrânia e a Rússia são alguns dos principais fatores que causaram instabilidade na economia mundial. Então, neste material, vamos te mostrar como está o cenário econômico e quais são as perspectivas para o mercado da construção civil no Brasil.
No Brasil, a construção civil cresceu 2% em 2022, mesmo sofrendo efeitos da paralisação e de altas nos preços de produtos importados. O setor empregou 2 milhões de pessoas, pouco mais de 70 mil a mais do que no ano anterior. Empresas da construção pagaram cerca de R$ 58,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. Os dados são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Qual é o cenário econômico da construção civil?
2022 iniciou com as atividades aquecidas no segmento, com crescimento de 0,8% no primeiro trimestre, sétima elevação consecutiva.
Contudo, o resultado poderia ter sido melhor, já que a construção vem enfrentando elevação expressiva nos seus custos desde a metade de 2020. Segundo informa o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), de julho de 2020 até junho de 2022, o crescimento foi de 52,7%. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado e divulgado pelo IBGE foi de 21,23%.
Como resultado, houve uma desunião entre as rendas familiares e os custos de produção de imóveis. O crescimento até o final deste ano se dará por conta do ritmo de produção acelerado dos últimos dois anos.
O futuro da Construção Civil no Brasil
Há otimismo entre economistas do país em relação ao setor, mas não deixam de ser cautelosos. Setores fragilizados com a crise estão começando a se recuperar. A construção sempre foi um importante pilar da economia nacional e deve continuar sendo, já que vem apresentando um bom desempenho desde a metade de 2022. Os dados são da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
O destaque esperado para o próximo ano é na área de obras públicas. Negócios firmados há dois anos estão saindo do papel, além da retomada de grandes empreendimentos, obras e reformas particulares. O programa habitacional do governo, atual Casa Verde e Amarela, também tem impulsionado as obras e financiamentos.
Expectativas do mercado
A expectativa entre alguns especialistas é de permanência de bom ritmo em 2023, gerando resultados ainda mais significativos. É estimado um aumento de 13,5% para os próximos anos, avalia a CBIC.
Projetos parados pela pandemia devem ser retomados ou finalmente iniciados. A maior estabilidade econômica também fomenta a inclusão de novos empreendimentos, reformas, compra e aluguel de imóveis.
Por outro lado, há quem espere incertezas para o próximo ano. Polarização política, indefinição no plano de governo do próximo presidente e um contexto de alta dos juros dos Estados Unidos, o que tende a aumentar o preço do dólar – são características que causam insegurança para o cenário econômico da construção civil.
Tendências de inovação para 2023
Com a chegada do 5G às capitais brasileiras, o impulsionamento dos investimentos em tecnologia deve aumentar. Na construção civil não deve ser diferente.
Portanto, o uso da tecnologia e temas ligados ao meio ambiente se apresentam como tendências para o próximo ano, que impactam na busca pela qualidade de vida de quem vai usufruir da obra.
Algumas das tecnologias que podem impactar o futuro da construção civil são:
- Cidades Inteligentes
São formadas por construções sustentáveis e tecnológicas que otimizam os recursos utilizados, proporcionando economia de energia, por exemplo, mobilidade pública e conectividade. - Impressão 3D
Já está no mercado há algum tempo e vem revolucionando a forma de criar e transportar materiais. Impressoras 3D podem ser usadas em construções modulares, por exemplo, com o uso de pré-fabricados.
- Inteligência Artificial
Também está em uso há anos, mas segue revolucionando o mercado e a si própria. Um de seus principais usos é a possibilidade de prever eventos, auxiliar na gestão de crédito imobiliário para o mercado através do cruzamento de dados, que podem ser usados para estratégias de relacionamento, atendimento ou vendas.
- Drones
Vêm ganhando espaço na construção civil por proporcionarem mais do que filmagens e fotografias para produção de conteúdos para divulgação. Avaliação termográfica de revestimentos, identificação de sinais de desgaste na obra, visualização de mapas 3D e gestão de canteiro de obras são alguns dos benefícios do uso do equipamento.
- Internet das Coisas (IoT)
Essa tecnologia é importante, sobretudo, para promover a conectividade entre o mundo digital e físico. Isso ajuda na transmissão de informações ao vivo ao longo de uma obra, sendo essencial para um melhor entendimento dos relatórios gerados.
- Tijolos ecológicos
A sustentabilidade é um tema cada vez mais importante em todo o mundo, e um diferencial para as construtoras. Através do reaproveitamento de materiais, tijolos ecológicos são uma alternativa ao material comum, causando menos danos ao meio ambiente e fortalecendo a economia local. - Realidade Aumentada
Essa tecnologia pode ajudar engenheiros e arquitetos a projetar um empreendimento para benefício da construtora, que tem ideia de espaço, tamanho e quantidade de materiais necessários, e para vantagem do cliente, que pode visualizar o empreendimento “pronto”.
- Building Information Model (BIM)
O BIM facilita a revisão de projetos enquanto eles acontecem. Essa ferramenta oferece uma visão clara do andamento de cada etapa da obra aos seus planejadores e quais os próximos passos em uma construção.
- Lean Construction
A construção enxuta é uma filosofia que oferece redução de custos, desperdícios e até de logística da obra, sendo, efetivamente, uma ferramenta para gestores. A metodologia foca no planejamento e controle do canteiro de obras e todo o processo envolvido, tornando as equipes mais organizadas e produtivas. - Sustentabilidade
Não é uma tecnologia, contudo o uso de tecnologias pode ajudar nesse quesito. A sustentabilidade vem se tornando um pré-requisito do mercado e a construção civil é, em suma, um dos setores que mais agride o meio ambiente. Projetos que visem a diminuição de danos à natureza e incentivem a melhoria de processos ao longo do uso de um empreendimento, serão bem-vistos e terão diferenciais no mercado.